De autoria ainda a ser definida entre os heterônimos,
que estão brigando de forma infantil!
Quem é esse cara ridículo a me olhar no espelho?
Barbicha rala, óculos, cabelo grisalho.
Quem é esse velho que me olha quando eu olho?
Não pode ser eu, não pode ser,
Sou jovem, na plenitude do amor,
Do sexo, da lucidez, da vida!
Sou praticamente uma criança.
Ei, ele está sorrindo,
Idiota, de que achas graça?
Sabes por acaso algo de mim que eu não saiba?
Tens algum segredo não revelado?
Sabes porque não consigo sair daqui?
Sabes por onde anda o meu exterior?
Sim, o que vive na minha idade,
Esse! O jovem cheio de vida,
Que ama olhar o céu a noite,
Que adora respirar o cheiro da grama molhada,
Que se abraça às árvores e
Grita para a lua cheia.
Isso, tens notícia dele?
Sabes onde posso encontrá-lo?
Por favor!
Pelo menos para lhe dizer que esta prisão é dura,
Que viver dentro de uma casca, sem voz, sem ação,
Apenas sonhando, é triste.
E para se de todo não pudermos nos unir,
Para marcar um encontro.
Numa noite clara, no fim da vida,
Debaixo de um pé de jasmim
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