Eramos um

Poesia, Escritos, Contos e Mentiras de um cara que pensa que é três!

sábado, 12 de novembro de 2011

Nanocontos

Nanocontos

Os Nanocontos nasceram da necessidade de se dar um título às breves e
incompletas histórias que ouvimos nos bares, nos elevadores, nas filas -
histórias que acontecem com os outros e que não conseguimos ouvir mais do
que pedaços.
Nanoconto é um exercício de escrita e de criação. Tem como sua única regra
ter o título maior do que o corpo do conto.



A Breve História de um Cabra Combalido
Béé!

O Assassino Serial Que Mata por Afogamento
Manhê, cadê o sabonete?

Vou Tirar Você Dessa Vida Capitú Meu Amor!
Tá bom, mas hoje é 100!

O Bombeiro Hidráulico e a Dona de Casa Insatisfeita
Cano furado????

A importância do Backup nas Redes Intranet
Salvou?

O Amor nos Tempos do Cólera
39 graus!!!

A Criação do Mundo Segundo José o Carpinteiro
Passa logo o martelo.

A Vida é Uma Fotonovela com Final Feliz
Meu marido!

Os Avanços da Medicina na Fertilização In Vitro
No potinhoooooo!

A Coisa Pública e os Crimes de Colarinho Branco
Como? Omo!

O Surfista Lorão e a Literatura Medieval
Haoli!

O Paradoxo Marítimo na Bela Praia do Balneário Carioca
As águas-vivas estão mortas!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Singular

Singular
Variz da Meiga

Ela entrou correndo fugindo da chuva.
Puxava pela mão um menino encharcado.
Não parecia que iria haver uma venda, mas...

Pois não!
Ar-condicionados - preciso de uns 3 ou 4!
Ah sim, ares-condicionados, claro.
Foi o que falei, quero bons preços e ótimas condições!
Todos iguais?
Claro!
Ah sim, então é bom preço e ótimas condições!
Foi o que eu disse!!! O sr. Vai me mostrar ou vai ficar aí repetindo tudo o
que falo, hein? Falou e virando-se para a criança soltou o verbo:
E você não faça bagunça, fique quieto e não mexa nos guardas-chuvas!
Guarda-chuvas! Gritou o vendedor lá do outro lado da loja.

A mulher rodou a loja inteira, colocou defeito em tudo, falou mal das
marcas, contou experiências ruins de suas amigas e reclamou dos preços,
enquanto o vendedor sorria a demonstrava os produtos.

Pouquinha quantidade né? Desdenhou.
Como? Já lhe mostrei uma dúzia de marcas diferentes! Saiba a senhora que
ares-condicionados é no Paraíso dos Móveis!
São!
É!
É!, É!, E esse slogan é usado há mais de 30 anos! Desculpe-me o anglicismo.
São! e não me interessa nem um pouco a sua religião, anglicismo,
protestantismo, catolicismo. Quero os ar-condicionados e pronto!
Ares! Ares! E não vendo mais nada!
Quero falar com o dono! Gritou furiosa a mulher.
O dono sou eu! E não vendo, tenho dito! Não vendo e pronto!
Mal educado, estúpido, imbecil, podem ir o senhor e a sua loja pras putas
que os pariram! A mulher falou e deu uma rodada. Puxou o filho e foi saindo.

Já na porta se voltou e ouviu o homem falar:

Muito interessante este plural, muito, volte aqui senhora, volte que eu vou
lhe fazer um ótimo desconto!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

iAfter! Texto do Amigo Zé Zuca

iAfter

ou A revolução na comunicação intermundos

Se há alguém que pode revolucionar esta comunicação, este alguém é Steve Jobs

                                  

                                                                                                                      Zé Zuca

Não conheço ninguém que tenha se comunicado de forma moderna e eficiente depois de partir para outra dimensão.  Todas as possibilidades estão no campo da religião e não são aceitas como fato comprovável. No caso mais conhecido de  comunicação do outro lado para cá, ou daqui para lá,  é necessário utilizar o corpo de outro. Embora eu acredite, convenhamos, é uma manifestação algo deselegante e meio assustadora.

Mas esta incomunicabilidade pode estar prestes a acabar. Se há alguém que pode revolucionar o paradigma desta comunicação este alguém é (ou era) Steve Jobs. Já pensou? O mundo tem quatrilhões de anos e, em todo esse tempo, não surgiu qualquer ferramenta que permita a comunicação com nossos queridos que passaram para o outro lado ou deles com a gente. Já pensou se o Steve criar uma?

Poderia ser uma espécie de communicator device after death. Claro que ele sintetizaria, chamando,  possivelmente,  de iAfter. Um aparelho sofisticado, fino, bonito e amigável que permitiria o contato entre os daqui e os que foram para além da morte e vice-versa. Venderia muito mais do que a Aplle vendeu os iPhone, iPod e iPad juntos. É incalculável o número de pessoas que vivem lá e aqui (só aqui, 7 bilhões) que se beneficiariam deste tipo de comunicação. Imagina só: Você está ansiosa em sua casa, sentindo uma falta danada daquele seu melhor amigo que se foi. De repente o aparelhinho toca, enchendo o ar de esperança e alegria. É ele. O papo rola descontraído com uma qualidade de som impressionante, como se o amigo ou amiga estivesse aqui no Rio de Janeiro. De certa forma estaria mesmo. Com uma super webcam lá e cá você poderia ver se seu amigo estaria mais gordo ou mais magro, se entre nuvens, num quarto ou num paraíso.

Jobs, naturalmente, vai necessitar de um tempo para estudar a situação, montar uma equipe multidisciplinar muito criativa e entender as reais necessidades das duas clientelas. Vai precisar também conhecer as disponibilidades do além. De que material seria o iAfter? Que facilidades ofereceria aos comunicadores multidimensionais? Bastaria um toque num ícone ou seria necessário acessar uma espécie de Internet celestial? Vai que ele crie um teletransportador e traga a pessoa ou o espírito ao vivo ou leve alguém por algumas horas pra bater um papinho no além?

Calma aí. Por outro lado, não falta quem aposte que Steve Jobs estaria se surpreendendo por lá, embasbacado com o que encontrou: nenhuma necessidade de maquininhas para se contatar. Comunicação telepática, mente a mente,  em alta velocidade, memória ilimitada. E mais, teletransporte de um lugar para o outro, usando apenas a vontade. Viagens rapidíssimas para qualquer lugar, encontrando, em segundos, quem o pensamento quiser. Jobs estaria constatando que, por lá, todos os aparelhinhos que ele inventou aqui na Terra  são desnecessários. É só pensar e chegar.  

Espera aí. Mesmo que no outro mundo a comunicação seja moderníssima, nunca ninguém veio pessoalmente aqui depois de partir, assim como ninguém foi lá, bateu um papinho e voltou. É aí que entra o velho Steve. Depois de um tempo de perplexidade, com sua capacidade criativa perceberá que ainda há espaço para suas invenções. E vai agir rápido. Não vai esperar que uma fatalidade possibilite a concorrência de um Bill Gates. Afinal ele chegou primeiro. Vai querer, certamente, criar algum mega dispositivo para o progresso das comunicações intermundos. Por que não o iAfter? É só uma questão de tempo.

O desafio está lançado. Façam suas apostas. Os universos nunca tiveram uma chance como esta de terem uma revolução nos contatos interdimensionais. É só esperar para receber, em breve, a comunicação do primeiro grande lançamento. Certamente, em cadeia planetária de TV, invadindo todos os computadores,  em uma aparição quadridimensional espetacular entre nuvens no céu: calça jeans, camisa preta de gola rolê, ele, com algo muito desconhecido nas mãos, o próprio Steve Jobs. 

 

Eramos Um

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Quem somos nós? Somos 3 em 1!!! JPVeiga - Variz da Meiga e Mariz Conzê - Vou contar sobre um deles: JPVeiga Peixes, Serpente no Horoscopo Chinês, filho de Oxum, aprendeu a ler já velho, com 7 anos, o pai queria tanto que ele fosse engenheiro, quase foi arquiteto, é Diretor de Arte, Ilustrador e Pintor, escreve para crianças desde sempre. Tem 3 filhos e uma neta, é casado e não pretende mudar essa condição. Mora como os sapos - na Lagoa.