Variz da Meiga
Abaixo a liberdade!
Chega de sonhos!
Chega de sorrisos!
Precisamos acabar com essa alegria toda.
O que significa tanta euforia?
De que adianta tanta felicidade?
Cadeia com os Poetas,
Esses esdrúxulos sonhadores.
Para a masmorra os Escritores,
Para a fogueira os escritos.
Vamos perseguir esses Diógenes
Que tanto procuram querendo achar
O homem que não existe.
E nem nunca, nem jamais existirá.
Vamos deixar o sangue lavar
A inquietude desses desassossegados
Que sofrendo ou amando,
Devaneiam em poemas, aventuras e romances.
Vamos acabar de vez com as rimas
Reduzir a pó sonetos
Esquartejar tercetos
Estrangular hai-kais
Chega, basta!
Esta é a hora.
Deixemos de lado o coração!
Que é apenas um músculo imbecil.
Vamos dar os braços, nos armar,
Combater este mal que já nos cerca
Destruir de uma vez;
Definitivo,
Com essa risonha raça sonhosa.
E por fim.
Livres afinal,
Das amarras do amor,
Das canções, da ternura,
Das belezas, da amizade,
Das loucuras do querer.
Poderemos viver o que somos
Animais selvagens,
Bestas, sem rumos e sem donos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário