Eramos um

Poesia, Escritos, Contos e Mentiras de um cara que pensa que é três!

domingo, 5 de junho de 2011

Bullying, Sanduíche de Goiabada com Grapette e a Total Falta de Conhecimento


JPVeiga

Lendo as notícias sobre o caso de Bullying no tradicionalíssimo colégio São Bento, me lembrei de uma dessas coisas que só acontecem comigo:
Recém-convidado a me retirar de uma escola, fui entrado em outra; mais uma vez escola católica, mais uma vez com padres, bedéis e rigidez total.
Eu gostava mesmo era de ler e por isso achava que sabia mais que os professores; meu mundo perfeito era ler, fazer judô, ler mais um pouco, ir à praia, ler e patinar no gelo, numa Ipanema que teimava em ficar besta e internacional... O judô tentava me ensinar o respeito - meu mestre Rudolf Hermanny, dizia que o segredo da vida era o respeito, pelos outros, pelos mais velhos, pelo conhecimento e pelo seu próprio corpo! Grande sujeito!
Pois foi que num primeiro dia de aula, depois de uma aula chatíssima de ciências, onde eu tinha certeza que sabia muito mais sobre o período triássico do que o professor, fui para o recreio com a boca aguando pelo sanduíche de goiabada e pela minha, ainda meio geladinha, Grapette! Sentei em um degrau de uma escada de cimento, que eu não sabia onde ia dar, e fiquei olhando todos aqueles alunos que eu não conhecia, toda aquela gente se falando e rindo e brincando, enquanto eu, ali, esperava que o tempo me apresentasse todos, que pareciam ser boas pessoas!
Aí...
Passou um carinha e patolou meu sanduíche e a minha Grapette - o cara foi tão rápido que levou tudo e correu rindo!
Sem pensar, corri atrás do ladrão e dando uma banda por trás, derrubei o danado; caí sobre ele e entrei em uma posição de estrangulamento (katagatame), em que se prende o pescoço e um dos braços do adversário, sufocando-o. Ele, rapidinho parou de dar pinta de resistência, então eu o soltei e fui logo pegar o que sobrou da minha Grapette. Meu pobre sanduíche, que me olhava desmontado, viu o rapaz se sentar chorando.
Ainda fiz um gesto como se fosse dar-lhe uma grapettada na cuca e saí fora. Dali direto para a secretaria, levado pelo Bedel, onde uma bronca de sacudir quarteirão me esperava. Sentado na antessala, ainda agarrado na garrafinha, olhei para outro aluno, que, com cara de bobo e assustado, me falou:
- Bicho! Você bateu no cara mais forte da escola, ele espanca todo mundo, ele toma as coisas dos outros, toma dinheiro e obriga a gente a fazer o dever dele!!! Já apanhei dele uma semana inteira! Como você fez isso?
Muito sério, respondi:
         - É que eu não sabia, se soubesse tinha apanhado...

2 comentários:

DAUDT disse...

E aí Veiga, tudo bem? Vi o comentário que você fez no nosso BLOG com relação a homenagem que fizemos ao professor Hermany. Repassei o seu recado para ele e vim conferir seu BLOG. Adorei o seu texto.

Se quiser desenferrujar o corpo, estamos lá de portas abertas para você. Sempre tem alguém recomeçando conosco, eu mesmo há 5 anos atrás recuperei a minha vida esportiva, um amigo meu, o Sabbatini, que infelizmente faleceu esse ano, me deu vida nova após me recomendar o treino no nosso grupo de judocas Master, aqui estou eu até hoje.

Nosso blog informa a data dos treinos: http://riojudomaster.blogspot.com/

Mais uma vez parabéns pelo texto!!! Seria bom tê-lo treinando com a gente. Vou incluir seu Blog nos nossos links.

Grande abraço

Daudt

Anônimo disse...

Otima estoria, como se bullying tivesse sido inventado pra justificar roubo de iPhone!!! So que na epoca, nao virava manchete de jornal, nao e mesmo!!

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Quem somos nós? Somos 3 em 1!!! JPVeiga - Variz da Meiga e Mariz Conzê - Vou contar sobre um deles: JPVeiga Peixes, Serpente no Horoscopo Chinês, filho de Oxum, aprendeu a ler já velho, com 7 anos, o pai queria tanto que ele fosse engenheiro, quase foi arquiteto, é Diretor de Arte, Ilustrador e Pintor, escreve para crianças desde sempre. Tem 3 filhos e uma neta, é casado e não pretende mudar essa condição. Mora como os sapos - na Lagoa.