Minha mão é um harém.
E nele,
És a escolhida,
A favorita do Sultão
A minha predileta
Mas só és assim
Porque eu te sonho
E neles,
Não és apenas a professorinha.
Nos meus sonhos de espanto
E de realidade
Sonhos suados de vida
E de sorte
És Beatriz e Carmen
Numa mistura louca
De literatura e música
Nos meus sonhos violetas
De persianas entreabertas
De azulejos pintados
De flores e de frutos
Sonhos inteiros de nada,
És a dona do mar
És a mais bonita dentre todas
As sereias feitas de terra
Minha mão é um harém,
Não apenas porque
Não te tenho na hora
Em que te quero e te preciso
Mas porque eu te vingo assim
Fazendo vingar as outras
Com o tempo a me perseguir
Me enredando feito doido
Numa salada de putas
De mentiras sinceras
E de verdades malsãs
Minha mão é um harém,
Para que a ausência tua
Me traga a parca certeza
Que só te terei inteira
Nos pedaços das tantas, tantas
Nos cheiros salgados de mar
De um passado a construir
Num futuro a desbotar
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