Em um velho HD, enfiado num armário - acho que como um livro ou diário que não se joga fora - achei uma série de poesias e contos e textos.
Um deles, escrito há muito, muito tempo - logo depois que assisti meu primo Ivan no espaço em cima do antigo bar Nicteroi (não me lembro o nome) e que foi a primeira vez que o vi como cantor e guitarrista.
Ivan's Blues
JPVeiga
Quando ele nasceu,
Que eu me lembre,
E pouco me lembro mesmo,
Nada significou pra mim.
A política sufocava minha razão
O álcool embotava minha mente
E as drogas apertavam meu coração
Quando ele foi crescendo,
Que eu me lembre,
E pouco me lembro mesmo,
Nada significou pra mim.
Os filhos embotavam meu coração,
O dinheiro sufocava minha mente
E o sexo apertava minha razão.
Quando me dei conta dele
Ele já era da minha altura
Era um homem, inteiro e total
Enquanto eu era partido em pedaços
Fui assistir seu show,
Esperando ouvir um nada
Esperando apenas,
Deixar o tempo passar
Qual!
Seus dedos sufocavam a guitarra
Sua voz apertava as gargantas
E sua presença embotava os demais
E assim, ele nasceu para mim
Nasceu e cresceu ao mesmo tempo
Tudo na velocidade de seus dedos
Tudo na rouquidão de sua voz
Hoje, que eu me lembre,
E pouco me lembro mesmo,
Ele significou pra mim
Tudo o que sempre foi
Sem ter sido dito
Tudo o que é
Sem se ver ou saber
Tudo
Tudo
Ou nada.
Quando ele nasceu,
Que eu me lembre,
E pouco me lembro mesmo,
Nada significou pra mim.
A política sufocava minha razão
O álcool embotava minha mente
E as drogas apertavam meu coração
Quando ele foi crescendo,
Que eu me lembre,
E pouco me lembro mesmo,
Nada significou pra mim.
Os filhos embotavam meu coração,
O dinheiro sufocava minha mente
E o sexo apertava minha razão.
Quando me dei conta dele
Ele já era da minha altura
Era um homem, inteiro e total
Enquanto eu era partido em pedaços
Fui assistir seu show,
Esperando ouvir um nada
Esperando apenas,
Deixar o tempo passar
Qual!
Seus dedos sufocavam a guitarra
Sua voz apertava as gargantas
E sua presença embotava os demais
E assim, ele nasceu para mim
Nasceu e cresceu ao mesmo tempo
Tudo na velocidade de seus dedos
Tudo na rouquidão de sua voz
Hoje, que eu me lembre,
E pouco me lembro mesmo,
Ele significou pra mim
Tudo o que sempre foi
Sem ter sido dito
Tudo o que é
Sem se ver ou saber
Tudo
Tudo
Ou nada.
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