Eramos um: Sexo, Verbo Transitivo

Os outros dois!

Biografia curta e mal medida de Variz da Meiga:

Tem algo acima de 50 anos - ele não diz a idade certa - anda de ônibus pagando, para que não achem que passou dos 60. Nasceu em Nova Friburgo - Estado do Rio - que ele teima em chamar de Velha Friburgo; teve sua casa inundada e levada pelas chuvas do início do ano, mas não ligou - construiu uma nova, de pau-a-pique e pendurou uma plaquinha na porta: Noé saiu!

Está desempregado e blasfema dia e noite enquanto lê até que o querosene do fifó acabe; anda de reúnas e tem bicho de pé, bebe café muito forte sem açúcar e pita um charuto escuro de cheiro detestável, está ficando desdentado e nem liga.

Para sobreviver, planta e colhe palmas - diz que todo artista precisa delas, nem que venham da terra.

Há tempos escreve em papel almaço com letras maiúsculas de forma, versos iconoclastas e preguiçosos, raivosos e tristes; escreve também contos mentirosos e nunca acontecidos, que ele reconta como verdade, no botequim que vai, “só para ver a verdade acontecer” (in vino veritas).

Bio de Mariz Conzê

Idade indefinida - mentiroso e cara de pau, solteiro convicto, só usa Havaianas brancas (vivem cinzas), bermudas furadas e desodorante para mulheres, (diz que assim, as tem perto de si) namora por correspondência, porque diz que assim demora a receber um fora! Anda usando email, mas, como quase não lê o que recebeu, fica tão demorado quanto o correio comum! Escreve contos não acontecidos e absolutamente desnecessários. Escreve porque acha chato ler textos dos outros e não ter o que mostrar de seu. Chegando a noite ele começa a funcionar e escreve e escreve e escreve, contando aventuras de pessoas conhecidas como se fossem suas, se metendo na vida dos outros como se fosse vivo. Um dia ele ainda acorda!