A Cor
Talvez seus olhos castanhos sejam meus.
Ou, sua boca púrpura?
Ou seu corpo inteiro de um mar pontilhado de ilhas coloridas
Transbordando de pétalas lilás.
Talvez seu olhar de um marrom profundo seja meu.
Ou seus lábios que trocam de cor a cada batom louco?
Ou seu sorriso inteiro que me chama esverdeadamente
Cheio dessa cola roxa doida de colar gente.
Talvez então tudo isso não seja nada mais
Do que um filme
Um desenho
Uma parede pintada
Se movendo, se mexendo em luzes ostroboscópicas
Ou não!
Tudo também pode ser apenas
Uma palheta de tinta sépia alucinada
Que se mistura ao ar
Que se incorpa com a terra
Que nos une e que nos separa
Talvez, apenas talvez, tudo pode ser
Uma cor não explicada
Dentro e fora de nós dois
Puxando e repelindo
Amarelo e verde virando preto
Ocre e vermelho virando branco
No azul das vidas passadas
Nas novas cores dos meus enigmas
Nunca mais resolvidos
Apenas vividos
Para sempre
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